O Monge Mordido
O Monge mordido
Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião picou-o. Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente ao rio. Foi então à margem, pegou num ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e salvou-o. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e receberam-no perplexos e penalizados.
— Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu:— Ele agiu conforme a sua natureza e eu de acordo com a minha.